6.10.06

Alter Ego

She still gorgeous. As always.

27.9.06

emulação II

es la cultura, tonto! tambien en Portugal. Guay!

emulação I

derivação fem. sing. de emular; do Lat. aemulatione; s. f., sentimento que provoca o desejo de imitar ou suplantar alguém; estímulo; incitamento; competência; rivalidade; inveja; ciúme.

26.9.06

É a cultura, estúpido!

E eis que ao enésimo dia de um retorno de desconfortável re-adaptação à Madrid Capital, o ânimo renasce num dia igual a tantos outros: O céu azul de sempre parece saído de um manual budista, a brisa (nunca marítima...) parece perfume de delicada mulher e as gentes do frenético corre-corre parecem investidas de uma alma bailarina. É neste mesmo dia, que a carteira se abre não para a comida de supressão da fome diária, mas para o guia cultural semanal, é neste mesmo dia que o espírito antes apartado se queda então apertado pelo que na apatia se foi perdendo: Ele é Fura del Baus, Goyas, Picassos, Jean Arpes e Tapies, exposições de tudo, algumas efémeras e outras nem tanto, espectáculos de magia, circo, teatro (muito teatro!), cinemas mil, concertos e ópera, futebol à séria, campeonatos daquilo e daqueloutro, touradas, novilhadas e um ufa-ufa de coisas pelas quais vale mesmo a pena ser gato em Madrid. Hoje, já hoje, para que o marasmo de outrora não se me embargue, Champions League, aqui mesmo ao lado do atelier: Real Madrid vs. Dynamo Kyev no colosso Santiago Bernabéu.
Que o Glorioso me perdoe... Espere-se que saiba ser este manifesto um saudável regresso à diáspora blogueira.

14.9.06

Estado da coisa

Ando de cepa nem torta, nem morta; senão que anda seca a cepa.

4.9.06

já-cá-(não)-tou

já-tou-cá-que-é-lá-pra-vcs-daí é-pôr-a-vida-na-lide-e-volto-já

3.8.06

já-cá-tou

31.7.06

Até já

Foi longa a maratona enquanto verdadeiramente penosos estes momentos finais durante os quais inclusivamente vos abandonei. Agora, findos poucos minutos do cruzar da linha de meta de mais este desafio (convenhamos que não na primeira posição), não hesitarei em seguir o desejo supremo e exclusivo de desligar este maldito monitor e abandonar de mãos estas teclas.
Fisgado sonâmbulo no partir ligeiro sem direcção desde que até à bela amada ocidental praia.

29.7.06

Condição: Arquitecto XVI - (diálogos sushiloverianos)

- deixa-me adivinhar que andas como eu? isso entrega-se quando?
"aaarrgggghhhghjhgj hmpf blrrreelllhheeeccccc @@@££££#####&&&&!!!!!!!!!!!!!!! [tradução: a entrega é na segunda] onde ONDE estávamos nós c a cabeça qdo tirámos este curso meeeerrrddooossssoooo?
andré, andré, tenho tanto medo de ficar vidrada nisto... que se esqueçam de mim, que eu me esqueça dos outros, que me esqueça que há tanta vida para além do rato, já não vejo amigos há tanto tempo e não estou no japão estou cansada... não só do trabalho. da correria desta cidade, desta vida, tentando atender a tudo e todos, no fundo, esquecendo-nos de nós próprios. estar c a familia, os amigos, o namorado, trabalhar 9 horas diárias, fazer desporto, arrumar a casa e resolver burocracias... e o que nos resta? é uma lobotomia prolongada, sinto-me a estupidificar, não tenho tempo, concentração para pensar, criar, reflectir, é tudo para a frente a manter uma máquina que eu não entendo e no fundo não interessa é pá estiquei-me agora... pronto estava para dizer isto a alguém saíste-me na rifa desculpa. eu estou bem, estou feliz, é uma fase má, talvez esteja a precisar de férias."
-Estamos todos Sarinha, estamos todos....
Saudações solidárias a quem, como eu, a Sara (e já agora o .G que como é arquitecto por ora também grita), não vislumbra ainda as férias.
P.S. - Partilho estas inconfidências porque nos ultimos dias era só o que queria ter escrito e nem para tão pouco tive tempo...

18.7.06

Era uma vez... (nos tempos d'agora)

"...era uma vez um rapaz que perguntou a uma linda moça:
- Queres casar comigo?
Ela respondeu: - Não!
E o rapaz viveu feliz para sempre, foi pescar, jogou futebol, conheceu muitas outras miudas, visitou muitos lugares, estava sempre a sorrir e de bom humor, nunca lhe faltava dinheiro, bebia cerveja com os amigos sempre que estava com vontade e ninguém mandava nele." FINAL FELIZ.

17.7.06

enfermo ou o estado do ente

Ao dealbar do ano, foi nos pés. Incómodo tremendo e vai pomada antes de banho e banho com gel, e gel nos pés e o camandro em frasco. Desde a maldita pezada o corpo não tem modos de. Respiro mal; tusso muito, tusso forte e tusso forte e feio; assoo a narigueta, ponho pingos e xarope e anti-inflamatórios e vitaminas; Muitas. Em líquidos, trincáveis, e pó e só me falta o dito nas veias. Vitaminas e proteínas e sais e coisas mais que, tanto parece, o corpo apodrece sem razão obrigatória mas com vontade indómita. Perdi-lhe o controle: Queixa-se por tudo e sobretudo por nada. A cabeça volta-e-meia e mesmo sem voltas, quando quieta a fio, diz que dói. Dói à volta e nas fontes e por trás e onde fôr que se lembre. Queixa-se o músculo daqui e da-coli e queixa-se o osso, a cartilagem, o fígado e o sobretudo o pulmão, anda mesmo armado em esperto. Ocorreu-me pôr anúncio nos classificados: Troca-se caixa toráxica ou coisa-que-o-valha. Dá-se laringe sã. Procuram-se dentes que trinquem e olhos que se não cansem. Dá-se de boa vontade um corpo inteiro, belo e esbelto por fora, enquanto podre por dentro como a maioria das nozes que sempre me cabem abrir. Hirra-Xiça-Cócó-Ranheta-Facada.
Um dia que já lá foi, nestes trâmites do queixume estava quando o atacador se lembra de desafiar o outro pé: Pôs-se-lhe debaixo, ou por cima ou ao lado ou como foi, que não sei, não me recordo e quase fico com raiva de quem souber e zás-pás. Rasteira maligna, complôt entre as partes que restavam da minha maldita inércia carnal e patas no chão; canela na mais afiada esquina, cornos na parede e sangue na calçada. Foi assim, que pela terceira vez num ano, dei entrada no escritório: com cabeça atada de luta, simples ou elaborada queda ou mero descontrole de quem perdeu o fio e o pavio ao seu próprio navio.

ano

...vamos na 365ª entrada...

00:01

Já é, outra vez, amanhã.

15.7.06

sina errónea

O homem sabia tão bem o que queria que ficou sem saber onde chegar.

14.7.06

Vem a guerra, vai a guerra, fica a terra.

Segundo a proprietária era hoje, não passava d’hoje. Passadas nove horas com o canalizador, telefona-me, triunfal: -André, cariño, já está! Agora só falta chamar um pedreiro para repôr as losas do chão da cozinha e as tarimbas de madeira da sala.

o moço

O moço tá louco. Primeiro viciou-se na minha irmã (pelo menos é o que confessa e é como nos engana), depois pouco a pouco, juntos ou separados foram-se viciando na vida que jamais poderia ser a minha: uma vida de natureza, desafio e aventura ou seja, poucos copos, muitos horários, muitas manhãs e menos orgia social; a vida ordenada e aventura nas horas vagas enquanto eu opto por outras aventuras numa vida sem horas vagas. Volvamos ao moço: eis que de desafio em desafio, chegou à vez do passo em frente (que é o que não convém fazer a partir daqui). O moço despediu-se, disse –hasta luego!- ao lavor e ao labor e entregou-se a cumprir outras metas. Nesta semana, nada mais, nada menos, atirou-se de cabeça a subir o Mont Blanc com os pés, com o nosso afamado João Garcia. Bom, bom, pelo menos para nós, é que o moço mantém o blog que criou aquando das aventuras na Patagónia argentina e nos andes chilenos e a aventura tem sido daily reported na net (estão por conhecer-se em detalhe os trâmites logísticos que permitem que o homem poste desde um glaciar perdido nos Alpes...), naquela que é certamente a primeira grande escalada em directo da blogosfera portuguesa!

13.7.06

¿por onde é que tu andas?

Guerra Fria. Sessenta anos depois da ultima Grande Guerra, faço o roteiro de países percorridos no continente que tanto gosto de apelidar meu. Quase inacreditável é a forma como em quinze anos de viagens o que mais ressalta sejam os ex-blocos políticos. As cisão Leste vs. Ocidente. Esquerda vs. Direita.
P.S. - Despontam a Russia e a Turquia. Dois ensejos passados de incursões espias...

pesando a vida airada

(...) do Sol, da superstição, do gato da mesa da cozinha na casa da avó, da pedra fria do passeio, ora negra, ora branca, do olhar o céu pela manhã, ou de baixo, ou de soslaio, o de comprar o jornal para não o ler, plantar algo só para ver crescer, cozinhar muito não para comer senão para encontrar o trago justo, sorrir simples como o sorriso do velho que passa, da criança que descobre o andar ou da mãe solteira que nos sorri também ao passar, pregar sustos, muitos sustos, a quem por nós passa e se não conhece e mais à empregada que serve a mesa do lado, encher de compras um carro delas com tudo de mais caro, ou de mais guloso, ou uma coisa de cada ou todas coisas do mesmo, mas sobretudo deixar ao abandono as compras antes de as pagar, e repetir com dois carros, três, e querer justificar-se com a loucura inconsequente, incómoda, desejar ainda mais loucura senciente e desejar mal a alguém, ou a um país, ou um governo, porque do pensamento não discorrre acção, querer os amigos perto, mais perto, mais perto, cheguem-se bem, dar beijos e abraços e perder-se num vinho, dois, ... e lacrimejar bem alto em publico, levantar-se sempre num pulo e responder ao primeiro pássaro da maña, fazer um desvio para cumprimentar quem nunca antes se viu e consentir-se sempre mais e melhores coisas sem sentido. (...)

viver comigo

"As observações e as vivências do solitário que só fala consigo próprio são simultaneamente mais indistintas e intensas do que as do homem social e os seus pensamentos são mais graves, mais fantasiosos e nunca sem uma coloração de melancolia. Imagens e impressões que outros poriam naturalmente de lado após um olhar, um sorriso, um comentário, ocupam-no mais do que é devido, tornam-se profundas no silêncio, ganham significado, transformam-se em acontecimento, aventura, emoção. A solidão cria o original, o belo ousado e estranho cria a poesia. Mas cria também o distorcido, o desproporcionado, o absurdo e o proibido. "
Thomas Mann, in 'Morte em Veneza'

Condição: Arquitecto XV

Somam-se escorreitos e impassíveis os dias de uma vida deCADente.

12.7.06

Café da Mañã XXXVI

e aos dias mil num país que não é o nosso, numa cidade que também não é a minha; a necessidade de um canalizador. É nesse dia mil, e o dia mil e um e todos os quinze que se lhe sigam que o gajo diz que vem, mas nunca chega a fazê-lo. Mientras, a gente espera enquanto os pratos sujos desesperam e a roupa com nódoas à la anuncio parece que se multiplica.Os canalizadores, bem-os-haja, são depois do Ministerio de Hacienda, e dos ladrões da Segurança Social, a minha determinante porta de entrada num país que quer queiram acreditar, quer não, é em demasiadas pequenas coisas, exacta e qualmente igualinho ao nosso; ou seja: um desespero!

11.7.06

What's in a coma

Era sempre tão precavido com cada uma das palavras que empregava, que nenhum dos seus mais próximos quis sequer acreditar quando o ouviu naquele dia, questionado pela razão, equivocar-se naquela vírgula. Fez-se silêncio e alguém num arrepio soltou um ui. Depois, foi o ponto final.

What's in a word

Um tipo contradiz um "direitinha" (ui, partimos louça) e de Portugal vem logo a indignação. Trinta e dois anos depois, cismas por galgar? Revoluções sociais que quem nos governou por dois mandatos e meio e agora nos presidirá por mais cinco nunca soube plantar. Socialmente (re)activos, sejamos então. É tempo.

amor definhado

(...)
era explêndido o tempo quando ainda se entendiam... Foi muito antes de se não conseguirem ver, muito antes da menopausa dela, muito antes dele pouco a pouco ter descuidado todas as suas amantes.
Nesse áureo período, habituaram-se mal a entenderem-se bem e quando por fim o amor porfiou nao ficou outro remédio que não o de passarem a odiar-se com toda a mesma glória que antes utilizavam para acordar os vizinhos em loucas noites de sodoma.
(...)

Zidane, o terrorista II

Zidane, o terrorista

O meu amigo Lourenço cortou os comentários no seu blog (ó direito, legítimo direito, para que serves?!?) e não fôra esse corte e este texto era lá que se escreveria.Assim sendo tão somente manifestar a minha opinião (ó opinião, legítima opinião, para que serves?!?) de que apelidar ‘esquerdalhada’, assim como ‘caralhada’, ‘palhaçada’ ou demais ‘…alhadas’ não me parece, caro amigo, vocativo que assente a alguém do seu estatuto. Controle pois, sugiro, essa agressividade que desponta…

10.7.06

...e recordar é viver

"Nunca andes pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram. " Alexandre Graham Bell

7.7.06

El viento a favor

"Si ya no puede ir peor / haz un último esfuerzo / espera que sople el viento, a favor / ya sólo puede ir mejor / y está cerca el momento / espera que sople el viento, a favor / / / otra vez te has vuelto a equivocar / y siempre piensas: la culpa es de los demás / y no tienes más remedio / que, de nuevo, empezar / otra vez la has vuelto a fastidiar / siempre tienes que quedarte atrás / todavía te queda un buen trecho / y les tienes que alcanzar / / / otra vez fuera de lugar / siempre estás dónde no debes estar / muy cerca o muy lejos / no estás atento y se vuelve a escapar / otra vez perdiste tu oportunidad /siempre efrentandote y al finalvencido por el miedo / caes al suelo y te dejas pisar / / / Si ya no puede ir peor / haz un último esfuerzo / espera que sople el viento, a favor / ya sólo puede ir mejor / y está cerca el momento / espera que sople el viento, a favor" / / / Enrique Bunbury

6.7.06

Por-Tu-Gal-Alé-Alé

Vão aparecer agora fazedores de conceitos, inventores da tese, gurus da foot-bola: que não jogámos bem por aqui e por acoli, e pelas bandas e pelas alas; que não mereciamos porque o Carvalho é parvo, o Scolari brasileiro e a mentalidade é tuga; que a culpa era deste, daquele, do Pessoa ou do Camões. Que a bem dizer não foram agora enganados como não são nunca ou porque já sabiam, ou porque já sabem ou porque sempre adivinham antes dos outros, porque são uns sabichões. E blá e blá e blá blá blá.
Pois eu não.
Acreditei. Gritei. perdi a voz, a compostura e o tino: O suor escorreu-me pelas costas como se fosse o Maniche e as cãibras chegaram-me ao mesmo tempo que as do Miguel. A quinze segundos do final permanecia absolutamente convicto que iamos marcar e só quando o apito final suou e os franceses ao meu redor suspiraram aliviados e ergueram victoriosos os braços me apercebi que algo (nem sei bem oquê...) havia ocorrido mal. Só aí baixei os braços, calei o pio e fui-me triste e desalentado, mas de peitaça cheia e inflada de bandeira bem exposta por entre histéricos 'Allez les bleu' sem perceber o que haveria passado.
Foi bom. Obrigado rapazes!

5.7.06

Ultimatum

Liberté, Egalité y Tomé por el culé

Este ainda não é um post sobre bola

mas sobre o que hoje se lhe antecede;
ou engulo de um trago só uma dose inteira de valeriana ou teremos ainda antes de começar a bola, que notificar os pais de um português em Madrid de um grave acidente cardiovascular.

Porque é que o blog agora é verde?

(perguntam-me insistentes em mailes inoportunos)
- É verde porque um dia me apeteceu vê-lo com outra cara. E é verde porque ainda nao chegou a hora do azul, do bordéus ou do verde-garrafa...

Café da Mañã XXXV

"(...) Sabes, quem não acredita em Deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos. " Miguel Sousa Tavares

4.7.06

as vidas de C.

"O primeiro me chegou / Como quem vem do florista / Trouxe um bicho de pelúcia / Trouxe um broche de ametista / Me contou suas viagens / E as vantagens que ele tinha / Me mostrou o seu relógio / Me chamava de rainha / Me encontrou tão desarmada / Que tocou meu coração / Mas não me negava nada / E, assustada, eu disse não. / / /O segundo me chegou / Como quem chega do bar / Trouxe um litro de aguardente / Tão amarga de tragar / Indagou o meu passado / E cheirou minha comida / Vasculhou minha gaveta / Me chamava de perdida / Me encontrou tão desarmada / Que arranhou meu coração / Mas não me entregava nada / E, assustada, eu disse não. / / / O terceiro me chegou / Como quem chega do nada / Ele não me trouxe nada / Também nada perguntou / Mal sei como ele se chama / Mas entendo o que ele quer / Se deitou na minha cama / E me chama de mulher / Foi chegando sorrateiro / E antes que eu dissesse não / Se instalou feito um posseiro / Dentro do meu coração" / / / A TERESINHA, de Chico Buarque

MAHLER, Gustav

Quando a cabeça estremece com o caos instalado, o refugio em Mahler, e na sua 5ª Sinfonia pela filarmónica de Berlin sobre a direcçao de Herbert von Karajan. É assim que durante uma hora e treze minutos do dia apetece efectivamente existir.

2.7.06

Este também não é um post sobre bola

mas sobre o que ontem se lhe seguiu;
numa palavra: guay
em duas: os máááíores
em três palavras: de-lí-rio!
em quatro: a-puta-da-loucura

30.6.06

o sábio

Quis ser poeta. Depois quis ser somente escritor. Passou a nobel artista, escultor, sonhou-se arquitecto, médico, doutor, engenheiro, veterinário, biólogo, cientista e professor. Imaginou-se de barco à vela, numa praia perdido, servindo bebidas, vendendo missangas, dormindo na rua, sofrer para escrever, ser poeta, escritor. Quis tudo. Intensamente. Quis tudo tão depressa como se o pudesse haver sido já desde ontem. Quis tanto ser tudo que consta que quis inclusivamente, por um período igualmente sôfrego, não ser rigorosamente nada. Foi nesse momento, consta, que pôde garantir a si mesmo ser tal qual como se gostava de chamar: Sábio; o homem sabedor da vida e nos seus passos perdido.
No fim dos seus dias, ao falecer, jazendo miudinho, traquejando e fedendo o corpo inteiro, revelou ainda douto que a vida toda não havia sido mais do que esses cinco minutos querendo o nada, com a consciência tranquilamente desassossegada de haver querido e alcançado tantas outras coisas. Revelou, suspirou, sorriu e a filha prostrada junto a si deu-lhe a mão apertando-a forte e triste contra o seu próprio corpo. Em seguida, cerrou a pestana e disse adeus sem acenar.

frases no metro

las mentiras y las verdades son hechas de una misma cosa: Palabras

29.6.06

problemas de memória

"Só tenho 8 Megas de RAM e o vinho faz-me resets." João Esquecido

procela

nem simulado,
nem dado por achado,
(nem brando),
anda por aqui brandindo,
o vento esmorecido.

paradoxo da fadiga

Assim como existe o trabalho de uma maña, o trabalho de um dia, o trabalho de uma semana, o trabalho de um mês, o trabalho de um ano e, no final, o trabalho de uma vida, existe de igual forma um cansaço proporcional: o cansaço que se tem no final de um dia é por exemplo distinto do cansaço de um mês e o descanso que se exige é-lhe, novamente, proporcional. Até aqui tudo bem. O paradoxo que por ora me habita surge quando, passado quase um ano de trabalho, o meu corpo demanda descansar o cansaço proporcional acrescido de um quanlquer expoente três.

28.6.06

Emboscado

...durante intermináveis meses impossíveis por hoje de quantificar, confesso que embaído de uma sorte que me fizesse sobre Ella ter uma qualquer posse, pensei que nesse dia, apenas eu a esperaria.
Quando no dia que terminou a delonga da espera a fui esperar à estação essa e a vi aparecer assim na minha vista, como pretensa deleite e aura de princesa inesperada, ensejei fisgá-la com ambos olhos convicto que da cauda dessa seta penderia o fio que a guiaria junto a mim. Ella esperou bem esperada, fez-se fisgada e mirou-me com olhos já molhados de suor, o lábio já trincado pelo desejo. Imóveis, nesse espasmo de condição perdurámos a maior pequena fracção de toda a minha vida. Depois não sem uma ponta de desdém, Ella deixou ficar um olho só fechado como quem o piscasse só para mim e foi-se com a outra vista para outro destino, e eu dele apartado.
Só então olhei em volta.
Foi somente então me dei conta, não sem mágoa, de não estarmos sós.

Vertigo

Tinham ambos tanto receio do que já antes os havia perturbado que o mais profundo que alcançaram nessa paixão nova que os unia -antes mesmo que se desentendessem no amor ou que as razões da perturbação surgissem- foi o fundo do primeiro precipício que se lhes deparou e sobre o qual se despenharam deliberadamente quais loucos inconscientes porque conscientes de tudo menos do seu próprio absurdo.

26.6.06

Este não é um post sobre bola

...nem sobre o nu integral da Victoria Beckam, nem sobre o próprio do cu do Beckam. Ele próprio.

É um post fútil e de inconsequente ordinarice para medir o pulso a quem por aí anda em busca de letras ou de suprir com uma mamada a saudade.

Pois bem, fiquem sabendo que aquí não se fala da Pamela Anderson a chupar a pila do Tommy Lee, nem dos filmes do Tomás-Taveira-tá-todo-lá-dentro-do-cu-da-querida. Aquí ninguém chupa pila, ninguém faz broche, minete ou botão de rosa. Também não é aquí que a Britney beija a Madonna, que a Janet mostra o bico da teta ou que a Cicciolina se masturba em directo. Aquí não se faz nada disso até por que aquí há leitores de idade que não querem, não podem ou nem conseguem saber de travestis, transexuais, bichas rôtas, maricas, paneleiros, lésbicas, bisexuais, gays. Muito menos de sexo grátis, de 300GB de free downloads de sexo grátis! Aquí não há hotbabes.com, freesexs.net, ejaculations.net, lolitas.org ou chicksonspeed.mp3. Nada disso, este é um blog sério, que fez ontem anos e quis subir o número de visitas. Isto é um Smile, cause you’re on Candid Camera! É um anda cá malandrão, que t'apanhei-te c'a pila na mão!

Ephemerís VI

Este blog cumpriu ontem, trezentos e trinta e três postes depois, o seu primeiro (provavelmente unico...) aniversário. A mim, tive a delicadeza de me oferecer um fim de semana em Paris da França, à descrição do qual, faço tenção de vos poupar. Digamos que foi bom. Muito bom. Digamos que se de Paris se dissesse que nem bons ventos, nem bons casamentos, eu passava a escrever-vos sem qualquer lamento, a partir de lá. Aos BonsVentos dediquei o intento de lhe oferecer uma nova cara, uma nova letra, novos leitores ou novos escritores. Embargado, quem sabe, por um propósito não tão resoluto, um afinal tão simples desígnio não vingou e redundou em tão somente um post que a este se segue e que seguramente lhe fará ampliar as visitas em mais de três mil por cento. A oferenda ainda que de manifesto mau gosto, tem a frágil legitimidade de quem, em tempos de mundial da bola, do qual sabe vir a chegar à final, não lhe dedicou -nem lhe dedicará- um textozinho apenas. Nada de ópio pró povo.
Quanto ao ano que passou de palavras discorridas, promessas incumpridas e sonhos partilhados, fica registado tão somente o agradecimento. Aos que me lêem com mais ou menos dedicação, sobretudo aos que após uma primeira visita criaram o hábito ou abriram o precedente de regressar. É coisa boa, quase sempre coisa quentinha. Bem-hajam.

22.6.06

Condição: Arquitecto XIV

(...)à pergunta dela

...bastou-lhe responder o Sim.
– Sim, quero – foi o que disse nessa vez. Foi contudo, uma vez igual a tantas outras em que se sempre optara pelo talvez, pelo talvez sim, pelo talvez não ou pelo quem sabe?
Foi nessa inesperada vez, sentido-se guiado pela rubra luz e uma razão de todo inexistentes, que de uma assentada matou todos os fantasmas e deglutiu todos os demónios. Foi a partir desse inopinado ápice que a nova rebelada vida se lhe abriu de par em par. Foi a partir desse sempre temível Sim que perdeu para sempre o receio que lhe respondessem sobre a coisa alguma um Não.

21.6.06

baixio altruísta

(...) andava por aqueles tempos tão obcecado com o destino da humanidade e a saúde do mundo que se lhe fugiu a mulher, se lhe ardeu a casa, se lhe atropelou o cão, se lhe roubou o carro e se lhe foi o emprego e de nada fez gordo caso. Tempos mais tarde, quando cabisbaixo reconheceu por fim que jamais o mundo havia sido são, apercebeu-se –já era tarde, demasiado tarde- que o destino da humanidade afinal, enquanto o suponha por diante, lhe estava passando ao lado.

20.6.06

o burocrata

Chega bafejando o cansaço não curado, o leito descurado, as pernas esperando tic-tac-tic-tac a hora da sesta, o dia de sexta. Lá, no lugar dos computadores acesos, das almas paradas, das teclas batidas, dos cifrões contados, ao espírito não se lhe ocorre ocorrer-lhe algo. Não discorre, não concorre, não percorre. Nada. Amorfo. Cumpre apenas. Cumpre o dia que compete ao diário; as papéis paqui-pacoli, os livros pesquisados – sempre os mesmos –, os sites acedidos – sempre os mesmos -, as conversas mantidas – sempre as mesmas -, o café da maña e o da tarde – sempre à mesma hora -. E encomenda de lá pa cá e de cá pa lá. Vende, encomenda, inventa, compra. Cumprindo apenas. Ao certo dia – na noite, que é o que sempre lhe resta – senta-se por fim sem meio, sentindo por fim sem esteio, e fica zonzo vendo a vida vendida, rota, vendo por fim o peio. Deixa-se assim ficar olhando em vazio, o vazio de tudo, tragando o vinho diário, nestes dias, sem o medo diário de amanhã. É assim que de trago em trago, como quem deglute o hausto, se sara da faina, desejando o desplante da vida errante. Dessa ébria condição em que se concede extasiado um outro dia de amanhã, sai invariavelmente, na própria maña seguinte, ao tanger do despertador das oito. Nega-se uma, nega-se duas mas à terceira, erguido a custo, enceta tudo de novo a par de suspiros profundos. Resolve a higiene, alimenta a tripa e lesto sai de onde apenas quatro horas antes o vinho o havia abandonado. São vinte minutos baixo terra - vinte minutos apenas - até chegar bafejando o cansaço não curado, o leito descurado, as pernas esperando tic-tac-tic-tac a hora da sesta, o dia de sexta.

16.6.06

vou correndo...

...atrás do prejuízo...

15.6.06

S.O.S. desenvolvimento sustentável

Saudades III

...do tempo Dos. Ms-Dos e jogos a fazer brrrr, brgggg, brggghhhh antes de loadar...
... nada de windows, internet, downloads, emails, blogues, auocades2005...
...nem sei porquê grita assim por vezes a saudade...
...talvez da consciência que daqui advém o conforto e a facilidade mas que da evolução não há porque esperar a felicidade...
....ah, e um teclado negro, teclas de borracha, indicações a cores e um arco íris ainda fazem falta...

tudo ao móllo

Em Madrid, recorrendo na presente semana à bicicleta, o unico meio de transporte que ainda faltava experimentar para chegar ao local de ofício, apercebo-me que em prol da segurança, mais importante do que saber de onde é que eles vêm, é aperceber-me de onde é que eles NÃO vêm!

14.6.06

Rugas

Já começo a ter as primeiras rugas / Rugas... / Começam-me a nascer as primeiras rugas
Rugas de chorar / Rugas de sorrir / Rugas de cantar / Começo a franzir / Rugas de chorar / Rugas de sorrir / Rugas de cantar / Rugas de sentir
Rugas...

13.6.06

Mudo

quando a lingua de sempre não serve já para dizer o que se deseja, o homem mira pausado e não sem vergonha o dia de amanhã e hesita uma, duas, três vezes entre dizer o que almeja ou como almeja. Nesse momento então o homem quer ser mudo, quer que todos sejam mudos, quer que os olhos houvessem sido desde o primeiro dia, o veículo unico das palavras que vêm de de dentro.

7.6.06

Portugal, livro de Guiness

Que mais dá se a economia teima em não crescer se somos os reconhecidos titulares da maior empada de legumes alguma vez cozinhada, o maior bolo de noiva, a maior panela de caldo verde e a maior sopa que por acaso até é um delicioso gaspacho alentejano do Cercal, o maior cálice do mundo, a maior concentração de pai natais, a maior bandeira humana, o record mundial de colocação de música por um só DJ, etc, etc, etc, e desde Janeiro a maior estação de painéis solares do mundo?

Café da Mañã XXXIV

Onze horas dormidas e a pasmaceira mantém-se; das duas uma: Ou fui picado pela mosca Tsé Tsé, ou tomei demasiadas drogas.... É que o corpo não reaje, os olhos não abrem, a cabeça não funcemina...

IBERIA / Agenda

6.6.06

Dia do cão

Alex. O meu cão. Para ele, todos os dias são dias do cão....

Ella contestó

“sé que una ciudad está naciendo de tus ojos” dice salvador.

não desejais. produz.ii.

(...)Vai-te! tarefa inutil e desnecessária. Vai-te que ninguém te quer, vai-te que já não te quer o mundo. Pouca-terra, pouca-terra, produz cidadão, executa, faz, dirige, lança a empresa, cimenta a pedra. Faz. Ou faz que fazes mas apresenta-te ao trabalho de cara lavada e a horas correctas. Diz que nada fizeste. Ou só o trabalho de casa. Diz que não conheces o vinho, nem a embriaguez, não sabes de amor nem nunca conheceste o sexo. Diz que não te peidas, fala escorreito das tuas três horas de exercício continuado.Dos cinco livros que leste – simultaneos - e dos jornais. Faz-te de interessante. Apresenta-te. Debuta. Expõe.
(...)

não desejais. produz.

(...)Escondam-se as mulheres, aparte-se o desejo, olvide-se o amor. Lancemo-nos na modorra competente de não desejar o que se não tem, de se quedar com o que rigorosamente nos compete. Abaixo o lirismo, as caminhadas flutuantes, as caminhadas delirantes do espírito, as caminhadas solitárias e de uma vez por todas com as caminhadas a dois.
(...)

5.6.06

Ella

Estava escrito, e pelo Salvador construído, que os seus lábios haveriam de ser especiais.

quando o menino cresceu

...cresceu tanto que antes que se apercebesse era já menino-corpo-feito. Nesse lesto e desapercebido processo foi aprendendo -e apreendendo- tão bem a deixar por jorrar as lágrimas que eram só suas que quando num dia o corpo-já-feito se lançou num pranto, o choro contido lhe foi inundando o corpo até se lhe afogar o ente.

A propósito do fim-de-semana

Férias é aquilo de que se necessita para descansar depois da loucura e frenesi de umas férias.

2.6.06

Condição: Arquitecto XIII

"(...)É então um conservador?
- É como a amigável discussão que eu e o Eduardo (Souto Moura) mantemos há anos sobre os rodapés. Ao contrário dele, eu nas minhas obras ponho sempre rodapés, como esse aqui do gabinete. Repito-me muito. Inventar é muito difícil"
Alvaro Siza

Pontos nos ii's

Recebo e-mail de primo enervado, residente em Londres vai para quase dez anos, sempre tanto mais orgulhoso de Portugal quanto desiludido com os protugueses: Frisa ele que em português, as ‘Capital Letters’ só se deveriam pôr nos nomes próprios, depois de um ponto final, ou na principal palavra de um título. Não, nunca, jamais, como eu –oh herege, reles herege, assassino declarado da lusografia- faço insistente e erradamente na blogografia

Café da Mañã XXXIII

Família de vista 'ao menino' (eu!). Caldo verde para o jantar, uma vinha de alhos que-só-falta-aquecer, pezinhos de salsa e de coentros, café Delta-torrado-moído-para-saco e uma catrefada, repito: ca-tre-fa-da de jornais, revistas, promoções, correio e papeladas mais para passar os olhos nas horas todas. Nas horas vagas, no trono de defecação, no antes de dormir, no depois de acordar, ao pequeno-almoço. Como hoje: Pela manhã, passo os olhos divertido e atento nas Vips, Caras e outras publicações de igual tema e pantone: títulos a branco sobre fundo vermelho. No Miguel Beleza com a Alberta Marques Fernandes, à Pipinha que foi trocada por outro mas também arranjou outro que a Cinha acha que lhe faz bem, o Tom Cruise, pai de uma e a Nicole que não se recompõe, a festa de despedida do Inverno e o Jezebel e as tias e caquéticas esticadas, o casamento na praia de um qualquer Balsemão e deputados do CDS também na praia com mulheres super-chic's mas feias de se cair para o lado, morangos com açucar, o Zé Castelo Branco -noblesse oblige- no aniversário de um cirurgião com pinta de proxeneta e a Betty de tetas esticadas, e mais mulheres de tetas esticadas e ainda mais morangos. A mãe da-não-sei-quantas, e o Zé Manel de Vimioso ou de Santo-António-dos-Assobios-para-o-Lado que também é primo do-não-sei-que-mais. Nenhuma foto da Rocio Jurado e nem um comentário ao Pai Iglesias e à Ana Obregon. Mais festas, vernissages, cocktails, lançamentos de bric-a-brac e a Margarida Prieto arredada de Lisboa com velhas-como-já-ela em chás no Estoril. Uma diversão pela maña com direito a gargalhadas. Longe da Ocidental Praia, coisas SIMPLES como o Jet-Set nacional assumem a sua dimensão real e, convenhamos, ganham uma dimensão de ridículo que não seria má ideia que as trezentas e tantas mil pessoas que compram esta literatura se apercebessem. Sei que este fenómeno nem sequer é português, mas com franqueza; o Nelo Vingada de férias na Quarteira e uma sessão fotográfica da Rita Ribeiro em biquini, repito: bi-qui-ni?!?!?!

1.6.06

Arroz de estragão

O homem andou escondido ou perdido num mundo tão só seu que nunca se chegou a alcançar a verdade plena sobre o assunto, nem sequer se soube chegar à conclusão se haveria um assunto para que se houvesse dedicado a ele. Deixou-se de coisas e deixou-se ademais de tantas coisas, que de muitas passou a nenhuma e nós -eu- posto o período farto, resistimos nem tão estóicos à fome. Total.
Agora voltou. Já havia voltado há uns diazinhos mas apenas hoje quis -ele- que ao feito feito se lhe dedicasse o post de jeito. Eis a não perder um filme já antigo, de amigos de sempre, na senda do entendimento do que é o fado da Condição de Arquitecto.

Café da Mañã XXXII

Nestes dias inesperados, em que sem razão determinada nem aparente, o Sol de estorricar passarinhos se esconde sem que ninguém saiba muito bem onde, Madrid desperta com vontade que se acorde junto a ela. Depois, outros dias há, em que à falsa timidez deste Sol continental se lhe junta uma brisa fresca que de tão agradável parece de Lisboa feita. Nestes mesmos dias, invento um novo percurso: entro no metro três paradas depois ou saio duas antes, escolho -discorro- a mais apartada saída para a rua, caminho a passo de idoso ou de lesionado e, quando finalmente chegado à porta do local de ofício, resto sem pressas fumando um cigarro, imaginando com aquela nossa saudade triste que a Caparica está ao virar da esquina, que o Tejo está ao virar de uma colina.

31.5.06

Condição: Arquitecto XII

30.5.06

Condição: Arquitecto XI

É este o ofício do arquitecto. Existir como um ermita involuntário durante um período sempre mais largo do que aquele que se ambicionaria para um dia sair da casca apresentando à sociedade o objecto de trabalho. Dias há, em que esses mesmos trabalhos, embaídos de uma qualquer vontade própria resolvem sair da casca todos num mesmo dia ou numa mesma gloriosa semana. E esta é a minha: Domingo, Sócrates anuncia a estação intermodal de Laborim, Vila Nova de Gaia; trabalho elaborado entre Maio e Julho do passado ano. Ontem, ampla divulgação em jornais espanhóis do plano ao qual me entrego agora a tempo inteiro para a área envolvente da nova estação de AVE de Zaragoza, envolvido no âmbito da Expo'2008; Hoje, a cereja em cima do bolo: A 'aventura' fora do atelier para seis moradias na margem Sul de Lisboa, foi aprovada, com algumas 'recomendações a rever' mas também com rasgados elogios. Concluam, expeditos, que por ora a soberba me rumina a modéstia.

o sangue e o suor do trabalho II

“Sejamos preguiçosos em tudo, exceto em amar e em beber" Lessing

Café da Mañã XXXI

"En este mundo no hay más que dos tragedias: Una consiste en no obtener lo que se desea y la otra en obtenerlo."

29.5.06

Brigada Anti-antitabagista VIII

o páxaro da sua xanela

Não sei o que lhe passou pela mona. De onde veio e para onde vai, de quem gosta ou o que o traz. Sei que chegou na sexta de mansinho, se pôs em frente da janela como se de uma flor numa qualquer janela de Lisboa se tratasse para aí se deixar ficar.
Primeiro cantando timido e fininho e com o passar da tranquilidade do fim de semana numa espiral crescente de entusiasmado, fatalismo e glória.
Assim foi conquistando os corações em volta -não sei se o da rouxinola que almejaria- mas decerto que de o de muitas outras rouxinolas e seguramente o meu.
quanto parlapié, quanto pirilimpimpim...
título em português de mais um que no atelier se arrisca à lusofonia. Isto, meus amigos, é serviço publico!

o sangue e o suor do trabalho

Como saberão -não sabem- que isto parece sempre tudo meio segredo, trabalhei intensamente, faz quase um ano, numas propostas independentes para o Metro do Porto. A proposta final entregue, como sempre acontece nas matérias do urbanismo, ficou na gaveta todo este período sem dela se saber se àgua vai, àgua vinha. Ontem, Sócrates, inaugurando (finalmente) a ligação ao aeroporto anuncia com pompa e claramente sem circunstância que pára tudo, rebenta a bolha! Excepção feita, claro está, ao interface de transfortes em Laborim, o projecto aqui da malta!
É uma bela maneira de começar uma semana de trabalho a 36º...
"José Sócrates foi ontem inaugurar a linha do Metro do Porto até ao aeroporto e premiou Gaia, anunciando que vai mesmo avançar a linha do Metro até Laborim e o interface de transportes que ela supõe." in Correio da Manhã
(...)"Considerando que “andar depressa deve significar andar com segurança”, Sócrates anunciou que, nesta fase, apenas avançará, em Gaia, a construção de uma zona de interface e a extensão da linha Amarela, entre Santo Ovídeo e Laborim.“Esta obra é prioritária porque tem como objectivo a criação de um interface de transportes públicos”, disse o primeiro-ministro." in Publico