28.6.06

Emboscado

...durante intermináveis meses impossíveis por hoje de quantificar, confesso que embaído de uma sorte que me fizesse sobre Ella ter uma qualquer posse, pensei que nesse dia, apenas eu a esperaria.
Quando no dia que terminou a delonga da espera a fui esperar à estação essa e a vi aparecer assim na minha vista, como pretensa deleite e aura de princesa inesperada, ensejei fisgá-la com ambos olhos convicto que da cauda dessa seta penderia o fio que a guiaria junto a mim. Ella esperou bem esperada, fez-se fisgada e mirou-me com olhos já molhados de suor, o lábio já trincado pelo desejo. Imóveis, nesse espasmo de condição perdurámos a maior pequena fracção de toda a minha vida. Depois não sem uma ponta de desdém, Ella deixou ficar um olho só fechado como quem o piscasse só para mim e foi-se com a outra vista para outro destino, e eu dele apartado.
Só então olhei em volta.
Foi somente então me dei conta, não sem mágoa, de não estarmos sós.

2 Comments:

Blogger Sérgio Xavier said...

mais um daqueles que gostei MESMO!

6/28/2006 11:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Excellent, love it! » » »

2/05/2007 5:34 da tarde  

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