31.1.06

Let it snow, let it snow

Dos dias que passaram, sobre um episódio, e um episódio apenas não se pode passar por encima:
Nevou em Lisboa, nevou em Madrid e qual teorema de Ruffini, nevou em cada um dos pontos que unem as duas capitais. Na carretera, expressão fiel, ainda que não linear desse mesmo teorema, nevou em cada um dos quilómetros e por segurança, por excesso de zelo ou qualquer outra razão que em absoluto desconheça, a viagem das habituais sete horas, alcançou a proeza de se prolongar por dezassete.
Uma viagem plena de pequenos episódios e de amizades de circunstância.
É que havia que suprir o vazio de estar só aquando tão acojonante experiência.
e no final, apesar do cansaço das horas, foi bom, muito bom.
...sei que por aí também.

Back to work

De volta ao trabalho, ficam para trás dias luminosos de espírito e bom vento na Ocidental Praia. Nestes momentos de coisas cheias, o blog expecta por elas escritas, espera que por Ele passem as coisas boas e as más; as coisas todas.
Eu, vou-me deixando atrasar sempre esperando que o toque de Aquiles, o herói principal, ou a frase primeira de todas essas aventuras, se me ocorra quando mais a force ou menos a espere. Ela não chega, aliás, nunca chega quem mais se espera e ao blog, tal como à vida se lhe impõe convicto o passo em frente por cima de tudo o que seja efectivamente relevante.
Creiamos que as coisas não se me olvidem e que se vão manifestando um pouquito na alegria de cada post, em vez de num post só (ainda que um só de alegria fosse).
Entretanto, a vida continua, na Madrid de Velasquez, na Madrid de trabalho, na Madrid da juerga;
na Madrid de todos e de cada dia.

23.1.06

35 posts duma assentada

- Impressões e Apontamentos avulsos sobre uma noite morna e sem história Inscrição em Boletim de voto Estou farto de ser enganado, mas desta vez pelas promessas que foram feitos, voto em todos. Soares é grande «Só é vencido quem desiste de lutar». Coisas que não contam O nome de Manuel de Melo Alegre é tão mais vistoso quanto os adversários são Jerónimo, Aníbal e Francisco Anacleto. Há milagres laicos Manuel Alegre considera a sua votação um milagre cívico. (Foi já o segundo. O primeiro havia sido o PS dar-lhe com a porta no nariz, negar-lhe o ónus da defesa governativa e dar-lhe de bandeja a deixa cidadania). Hipócrita Jerónimo não quis esperar pelo dia seguinte para insultar o novo ‘presidente de todos os portugueses’. Arquitectura Houve espaço para ela no estúdio da RTP. Saramago também ganha Nas palavras de Garcia Pereira, a abstenção votou em Cavaco. Perseverança Cavaco ganhou as eleições, 10 anos depois de as ter perdido. Do mesmo modo Soares é desde já o mais forte candidato para a vitória nas eleições presidenciais de 2016. «Vou andar por aí» Por onde terá andado o querido Luís Filipe Menezes. Bico calado Cavaco seguiu a fórmula e sucesso de Carmona. A de não dizer rigorosamente nada. Projecção I O PS vai ter de passar pelo estaleiro. Projecção II Cavaco será o primeiro Presidente da Republica Portuguesa, pós-C.E.E. a não ser reeleito. Golpe de Estado Jerónimo revela que a direita se ‘apoderou’ da presidência. Antes pelo contrário Cavaco diz que a noite foi inesquecível para todos os portugueses. Derrota Vai ser difícil, eu engolir esta. Saudade Desde já, de SAMPAIO, Jorge que ao fechar da emissão, abre a excepção de comentar a noite à porta de sua casa. Exílio político Quando Carmona é o presidente da MINHA cidade, Cavaco presidente do MEU país e o Durão presidente da MINHA Europa. Confirma-se I A Ana Gomes é uma brejeira. Confirma-se II O Cavaco é frígido. Na gaveta Agora é de vez, o socialismo já não sai de lá. R.I.P. 32 anos depois, enterrou-se o 25 de Abril. Sonolência gradual Falou no CCB uma, duas vezes, uma terceira na varanda e outra regressando a casa. Das parcas palavras, a elegia do bocejo, a inocuidade personificada, a consternação representativa. Inevitável Cavaco confessa o seu orgulho por ter vencido de uma assentada 4 adversários. 4? …mais um que se esqueceu do Garcia Pereira… Taquicardia Cavaco agradece “do fundo do coração”. Pelo proletariado Em defesa dos têxteis portugueses contra a investida chinesa, eu voto no pulôver do Garcia. Inqualificável A cobertura televisiva da TVi. A Manuela Moura Guedes a discordar dos comentadores. O outro bacano armado em estrela a mandar calar a Zezinha e uma sondagem ‘à boca das urnas’ que afinal foi de consulta telefónica. Matemáticas Perfeitas Quando cinquenta vírgula pouco, muito pouco, dos portugueses se transforma em todos-os-portugueses. Taco-a-taco O PC afasta-se pela primeira vez em muito tempo do BE. Irão O holocausto foi uma invenção imperialista e o antifascismo já não basta para ganhar eleições. Deixa os copos Louça fez do discurso um comício em que, de fio à meada se transformou um quinto lugar na sinfonia heróica. Piada foleira Marques Mendes não esteve altura da situação. Buzinas Nunca numa noite eleitoral houve tão poucas. Ensinar o povo Façam o favor de explicar à sodona da entrevista de rua que votou vencedora, que o Cavaco não lhe vai subir a pensão, não lhe vai devolver o emprego nem vai nomear uma nova ministra da cultura (eu também queria que o Cavaco demitisse a ministra da cultura). Considerações finais Cavaco ganhou. Eu volto para Madrid. Não sei quando volto. P.S. Sócrates não esperou que o Alegre acabasse de falar. Foi feio.

22.1.06

Dia da Reflexão - Explicação

Todos os textos postados, à excepção deste ultimo, foram escritos antes da saída de qualquer pré-resultado. Se a hora dos textos é 'nove' e 'qualquer coisa' isso deve-se a duas razões:
1. As 'nove' devem-se ao facto do horário dos meus posts estar definido para a hora espanhola.
2. O 'qualquer coisa' deve-se hoje, como sempre, a um tal de blogger.com....
Know him?

Dia da Reflexão - Redenção

S E G U N D A
V O L T A !!!

Dia da Reflexão - Perdão

Soares, desculpa...

Dia da Reflexão - Demissão

Deixo a bloggers mais experientes e dedicados, o acompanhamento da noite eleitoral, o postar consecutivo e termitente; o defecar de sentenças e o o sentenciar da caca. E posta tamanha desfasatez e, convenhamos, má-criação, declaro que espero, não podendo ganhar o ideal que ganhe o melhor o que, sabemo-lo em democracia é sinónimo de ganhar o menos mau.

(Mais Outro) Dia da Reflexão

Chegado a Portugal, qual mamalhuda-do-Carnaval-do-Rio-is-in-town-!!!, a notícia rapidamente se espraia e chovem telefonemas: – maluco, outra vez cá?!?!, Quando jantamos? Para quando uns copos? É desta que fazemos a tão propalada e sempre adiada tertúlia? Depois, eis senão quando um telefonema de mais um amigo se recebe, não para saber de mim, ou para que eu soubesse dele, mas apenas e só para me lembrar que em 3 anos não haverão outras quaisquer eleições e que eu começasse desde já a pensar noutra razão nobre para re-voltar à pátria. A declinação é provocadora mas não me tira o sono: -Meus amigos, encontramo-nos já a 7 de Fevereiro!

Dia da Reflexão - Compreensão

A todos como uns que eu cá sei, que traíram o seu ‘pai espiritual’; o Homem das negociações com as colónias e com o FMI e com os americanos e com os comunistas e com a direita e com a esquerda e com os portugueses e com as portuguesas, a minha sincera, muito sincera benevolência e compreensão. Votar efectivamente é um poder difícil. Agridoce.

Dia da Reflexão - Reflexão

Segundo Sócrates aos microfones da TSF, dos poderes democráticos o mais difícil de se exercer é o eleitoral, o que cá pra mim, da maneira candam as cousas, me pareceu uma verdade bem acertada.

Dia da Reflexão - Moderação

Não fosse o raio do homem aparecer mesmo da bruma, tive a precaução de esperar pelo fim do nevoeiro para exercer o que a mim de direito.

17.1.06

Princípio do contraditório

A prova mais provada de que existe pluralidade no pensamento contemporâneo lusitano são o tipo e o género. É que ainda que signifiquem exactamente o contrário, não há frase que não queira ser frase, que não encontre uma forma de ser dita com os dois. E se um fôr logo a seguir ao outro tanto melhor.
É tipo, do género mais ou menos, tás a ver?

Brigada Anti-antitabagista III

« Muita e óptima literatura foi produzida com cinza no papel, fumo nos pulmões e vapores etílicos na cabeça. No novo tempo, estes autores estariam na clandestinidade condenada a uma vida estúpida e saudável. Eu acho que devemos ser livres de nos matar do modo que quisermos e durante o tempo que quisermos. »
Clara Ferreira Alves in Expresso à exactamente 2 anos

Sídroma Pré-Eleitoral

Os pés em Madrid e as mãos, todo o santo dia no CAD, a cabeça, essa, flutuando constante, de head-phones. À musica de outras semanas, nesta, se opõe a TSF em Directo pela Internet. E ele é Manuel Alegre, presidente de Todos-os-Portugueses, mesmo os Não Portugueses, Ele é Soares, o Pai de Todos-os-Portugueses, mesmo os orfãos e Ele é Aníbal-Cavaco-Sebastião-Vindo-da-Bruma, Pai-desejado-de-Todos-os-Portugueses. Pois que entre porta posta, rectângulo cortado, árvore que se planta, parede que se ergue, orçamento que se perde, a cabeça, flutuante, perde-se e divaga nas insondáveis razões da representatividade lusa. Ora, a cabeça, minha, flutuante, não entende, não quer entender, ou então finge que não entende, como se pode sentir, e saber ser, tão mais portuguesa quanto lhe parece menos necessária tanta paternalidade eleitoral. Pergunta-se, ingénua e tímida se seria porventura muito dificil enquanto eu construo o meu projecto, Eles fazerem o trabalho e a eleição deles e deixarem Portugal em Paz.A TSF não responde, mas adianta que Marcel está seguro na Luz. Está salva a pátria.

16.1.06

Café da Maña XVIII

Toda e qualquer semana que começa com Benfica a vencer e um email da Joana promete. Isto promete.

12.1.06

Now...

..from Madrid to Lisboa, Trayecto: 10 euros! olvidate t de Renfe, de t CP, del v Autobus, de jTAP, de jPortugalia, dej Iberia y mismo de tu coche y vien a visitar-me por aqui!

Ponta Pé na Língua

Obrigado á Edite que me corrije. Açim se esclaresse que dor de dentes não leva assento. E se fôr dor de cabessa?

Doem-me

...as costas. Só por isso, antes queria uma dôr de dentes ou coisa-cu-valha...

11.1.06

O dever do próximo PR

Subscrevo, como quase sempre, os aforismos daqui.
Hoje, como cada 15 dias, o aforista escreve aqui.
Sublinho no rifão, as palavras entregues à prioridade conferida aos direitos, sempre descurando os deveres; bem como a crítica à falta de empreendorismo e receio do risco em prol da manutenção do papel de coitadinho.
Acrescento -e mais tarde a este ponto voltarei- que quanto a mim, o rifão basear-se-ia noutro ponto. O que falta a cada um (e não a todos), é a implementação e a assunção de critérios de exigência. Poder pedir e efectivamente pedir mais.
Exigir mais de si e mais dos outros. E neste ponto, como em tantos outros, lembremos que a ordem dos factores não é arbitrária...
"Ninguém disse que o desafio era fácil. Apenas urgente."

Guerra Fria

«Portugal é um país atrasado. Penso que Lisboa está 20 anos atrás de Moscovo. É uma aldeia grande, onde não há lugar para as crianças brincarem na rua» Karyaka (jogador russo a jogar em portugal «É muito fácil dizer as razões porque estava insatisfeito na Rússia. Não tinha a minha família perto de mim, porque não encontrei uma escola para as minhas filhas. Elas não gostaram do pais e quiseram regressar.» Maniche (jogador português a jogar na Russia)
Entretanto e como falamos de bola, referir que o CSKA (de Moscovo) deu um banho de água fria ao Sporting (de Lisboa), meses depois de Portugal espetar um banho de água gélida à selecção russa.

Brigada Anti-antitabagista II

(indiscutivelmente) Uma das maiores vitórias da humanidade sobre as outras espécies, é a descoberta do parazer. Frívolo, inconsequente, desnecessário. Ainda que. Saber que existe sempre uma relação inversamente proporcional entre aquilo que nos faz bem e aquilo que nos dá prazer (com a excepção do amor e as demais excepções que apenas confirmam a regra), e ainda assim, seguir os trilhos do prazer, contra-norma, e cheio de contra-indicações. Nelas se inclui o vinho, a poesia, o cinema, o sexo, as perguntas frágeis que não pretendem resposta, o insurgimento, a comida farta, a vida fora de horas e a vida sem horas, o chocolate, as prendas, a casa cheia de flores, o brilho do ouro per si e o ouro embelezando (ainda) mais uma mulher, a expectativa, a velocidade, a caça, etc. e naturalmente o tabaco. Por isso, nesta noite sonhei com a cidade do bem. A cidade do bem infalível, sem prazeres terrenos, sem luxúrias nem pecado. Nela, cidade de sonho, cidade ideal e imaculada, o sorriso havia morrido há mais tempo que o mais velho homem, e o suicídio era a mais habitual das causas de morte. Nela, cidade desejada, o desejo havia definhado e a cada dia se sucedia outro, sempre, e desta feita sem excepção, mais ténue e sombrio que o anterior.A cidade sonhada por mim esta noite, era a mesma cidade sonhada, desde os primóridos, por Mani do qual se sabe, que tal como os outros homens, morreu. Não do pecado, mas de tristeza.

Café da Mañã XVII

Quisera eu ter em Lisboa, no Metro de Lisboa, metade do detalhe pechisbeque, metade da arte morta nas paredes e o dobro das gentes, e dos livros, e dos músicos, e dos pedintes.
O dobro vezes o dobro das linhas e dos percursos, o dobro da frequência de metros, o dobro do frenesim, o dobro de coisas. Muitas coisas.
O dobro da vida como no Metro de Madrid.

10.1.06

Palmerita

Depois de uma piscadela de olho à Rititi, eu quero é dar um beliscão na Ana. Deve ser cá o burgo que lhes põe as hormonas aos saltos. Elas são duas (umaduas) gajas indispensáveis para entender como funcemina a cabeça duma gaja!... ¿...será de Madrid?

Brigada Anti-antitabagista

Como se sabe em Portugal, fumar a partir deste ano é quase crime em Espanha. Eu sei, e vocês também sabem, e sabem que eu sei que vocês sabem, porque, por exemplo, a 24 de Dezembro do ano transacto, as capas de praticamente todos os jornais portugueses, faziam deste assunto tema editorial de fundo, como que, tentando aproveitar a boleia espanhola, para sugerir uma lei idêntica na ocidental praia lusitana. EU QUE FUMO, que confesso que fumo, e que confesso que não tenho qualquer desejo de o deixar de fazer, ando possesso. Inervadiço, conflitivo, e pior, apostado em defender acérrimamente a causa perdida, sendo ela um dos temas mais politicamente incorrectos do momento. Sinto-me um bárbaro medieval lutando contra o todo-poderoso império. Por isso, e a partir de hoje, inaugurarei a solo (enquanto não se me juntarem outros adeptos), a minha brigada anti-antitabagista. Porque sou a favor da liberdade individual, porque nunca cometi nenhum crime ao comprar qualquer um dos 3500 maços que já devo ter consumido nesta curta estada terrena e sobretudo, porque sou contra a brigada maniqueista a que o mundo ocidental presentemente se entrega. Espero com esta brigada, recuperar textos meus antigos sobre o tema, transcrever outros de muito melhores comunicadores que eu, e ainda, números, muitos números, esclarecedores números, que comprovam que esta obessessão tem tanto de idiota como de hipócrita.Preparem-se para se ofender, para pensarem que estou louco, para não entenderem o que digo e sobretudo, para que eu vos ignore quando de mim discordarem. É que eu tenho que falar, refilar, espernear, insurgir, berrar, explodir as ânsias que inevitavelmente surgem quando de um dia para outro um viciado não pode consumir a sua droga.

Café da Mañã XVI

Já deve faltar pouco para a ciência explicar (ou talvez até já o tenha feito), porque é que é no duche que mais momentos Eureka tenho. Entro na banheira e vai shampoo, vai sabonete, vai escova de dentes e até tem dias que vai a barba. Depois deixo-me ficar com o chuveiro a toda-pressão pela cara e dela, a água jorrando pelo corpo todo, traçando linhas sempre diferentes e inesperadas. O ciclo da água; a água que não passa duas vezes por debaixo da mesma ponte, nem jorra duas vezes pelo mesmo corpo. A mente dispersa e dispara, resolve projectos, equações impossíveis, sudokus e xeques-mate, textos escrevem-se instantanemente, a vida reequaciona-se e redescobre-se, redobram-se decisões enquanto se abandonam outras, e fica o desejo que o duche não mais acabe. Que se possa (quando a ciência perceber como) vir um dia a poder-se nesse mesmo momento, enviar o mais belo email ou escrever no Moleskine o mais acabado pensamento do dia.

9.1.06

Eat My Design dot Com

SMS

Escrever mensagem - Grandes férias. Coração satisfeito. Foi mesmo bom o nosso “amigos de Alex”. Enviar a vários - 966068421; 917928291; 969557595; 914563667; 914864799; 962355014; 966291623; 965683862 Mensagem enviada com sucesso
- ...Recebida?

Agridoce

O sentimento de quem ‘regressa a casa’, num país que não é o seu.