25.4.06

vinte e cinco do quatro

Confesso, aqui e ultimamente desde Espanha, que definitvamente prefiro, talvez por irreverência, o 10 de Outubro, logo depois os 25's de Dezembro e Repastos Pascoais que me permitem ir à ocidental praia, depois o feriado já não sei do quê que chamam d'Os Mortos, o da Nossa Senhora da Conceição, do trabalhador e afins. Lá para o final vem o 25 de Abril.
Por aqui, palmadinha nas costas, sorriso que procura outro para partilhar cumplicidade, uma vénia discreta mas genuína e o inevitável comentário
- Hoje é o 25 dos cravos, parabéns! é uma data que me e nos criou muita ilusão. Como o Maio em 68, como todas as vezes em que um sonho se constrói. Vezes em que desejamos com inveja poder participar nos alcances dos outros. (...)
Eu, gosto dos cravos. Gosto do mito e gosto de ver, também em Portugal, o brilho nos olhos de quem depois desta data, viveu os melhores anos da sua vida.
Contudo não gosto desta obrigação que eu tivesse de estar feliz ensemble, não gosto de outros, que como eu, obrigados, ensejam a crítica feroz à revolução, não gosto que seja tão dificil aceitarmos uns nos outros a memória desta revolução.
E por isso, agora que está feita a revolta, gosto de passar por cima dela sem lhe dar importância. É que, se recordar é viver, também é desistir um pouquinho de ajudar os demais a alcançar o que recordar.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Hoje, vinte e cinco do quatro, vou para a conferência da Ana Tostões no Pavilhão Mies. Que lembranças amigo!!!

4/25/2006 4:46 da tarde  
Blogger AM said...

O 25 de Abril de 1974, não nós deu a "obrigação" da "felicidade", deu-nos a possibilidade da felicidade, e deu-nos, como "instrumento", para a alcançar, a Liberdade.
É por isso, que "festejo" a "data". Sempre! E é por isso, que não gostaria de "passar por cima dela sem lhe dar importância".
A "recordação" do 25 de Abril não só não impede ninguém de construir as suas memórias (futuras), como pelo contrário, estou convencido, que só poderá "ajudar" os demais a alcançar o que recordar". Não há futuro sem "história", apenas vazio.
Não gosta "que seja tão difícil aceitarmos uns nos outros a memória desta revolução"? Infelizmente continua a existir muita gente que não suporta a simples "ideia" desta revolução, quanto mais...
E essa ideia de relacionar o 25 de Abril com o sentimento da "inveja", é particularmente infeliz... O 25 de Abril, independentemente da sua "verdade histórica" e dos seus "interesses concretos", "representa" o que de mais genuíno, generoso e altruísta, possa existir, no amor de um homem ao seu semelhante e ao seu país.
Viva o 25 de Abril!

4/25/2006 6:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O 25 de Abril é o único feriado em que acredito.

4/26/2006 11:54 da manhã  

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