Brado triste por Bárbara
busquei fundo. quis daqui atirar a flor que te acordasse pela manhã, flor feita refrão, ser o bardo que te fizesse por hoje rainha, cuspir o fogo do espírito, louvor ao que te seria devido e hoje con-sentido.
quis tudo. intensamente. ser lírio e pássaro e voz e luz e irmão e de sangue e estar aí e contigo. quis ultrapassar a forma e o conceito, saber chegar a uma forma nova, só tua e só minha. só nossa.
quis, porque é hoje, reforçar o ontem e o depois-de-amanhã. quis dar-te, porque é hoje, o que queria saber e poder e dar todos os dias. quis redimir-me do que não sou, do que não sei ser e do que tu por me quereres, querias que eu fosse.
com o que quis esgotei a energia e escabujei braços até c'a breca embaisse e que o sonho não se cumprisse
quis mas não fiz. nada, niente, rien. e nem mea culpa, nem remorso, nem nada.
telefono-te mais logo. três minutos. muitos parabéns e tal. que prendas e com quem e quando e porquê e um até-amanhã que funciona como até-para-a-semana.
deixo para amanhã o que poderia e queria ter feito hoje. assim deixo um dia mais, um aniversário mais, um ano mais, uma vez mais, tudo o mais que seja importante por dizer.
seco, mudo e quedo grito sentado a promessa do mais-logo.
e depois telefono.
2 Comments:
Fico atão à espera!
Seca, muda e queda grito e aguardo sentada a promessa do mais-logo!
Ansiando porque o mais logo seja breve!
Coisa mais linda! Quisera chamar-me Bárbara...
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