2.3.06

A sina do síndrome

Ele há dias assim.
Dias em que o síndrome de segunda-feira se manifesta em todo o seu fulgor numa quinta.
Dias em que sem se saber como nem porquê os pés acordam de fora.
Dias de em que, consciente desde cedo da iminente desgraça, me ponho a um canto, tentando passar despercebido, tentando minimizar as consequências de tão desconfortável causa.
E é então que nos dias assim, o síndrome encesta a sua perseguição; põe-nos tudo no encalço, sobre a mais significante ou irrelevante matéria, arranja processo de nos obrigar a emitir opinião; sobre o trabalho adiado todos os dias, encontra processo de o fazer urgir; do email nunca respondido, impele-nos a voragem das palavras incontidas.
Nos dias assim, em que os pés acordam de fora, não há volta a dar-lhe, não há meio de arrepiar caminho, não há belas. Só senãos.
Não sair da cama, enquanto os pés não encolhessem ou a cama não esticasse, seria tão certamente a melhor opção, que o belo do síndrome, sem hesitações, trata de o tornar absolutamente inexequível.
Então, e enquanto nao é amanhã, esqueçam-se, por favor, de se lembrar de mim.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

eu tenho uma teoria de q as segundas n são assim tão más. as quintas são bem piores. Já levas c o cansaço de 4 dias e nem sequer é véspera de sábado!
as segundas até são boas!

3/03/2006 4:10 da tarde  

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