21.12.05

Visto de fora

A vida dos emigras tem os seus quid pro quos. Toma-se a opção de partir -outrora ‘à aventura-, hoje já não tanto, sabendo de antemão, que por essa resolução, inevitavelmente se sofrirão a perda de algumas coisas, o passar ao largo de outras, o querer estar mais presente no país sem o poder e o querer o seu país tanto mais, quanto mais se lê de fora os equívocos em que se mergulha e divaga. O isolamento da pátria, tem os seus momentos down aquando da doença de um ente querido, de um encontro de longa data de colegas de liceu, da celebraçao de uma data especial (que festão vou fazer no meu próximo Primeiro de Dezembro em Portugal!), de um jogo de futebol que não se quereria de forma alguma perder ou, o caso do dia na imprensa, na rádio (Manuel Acácio, quero-te!), na blogosfera, etc. do confronto Super Mário vs. Luigi de ontem. Tal qual um partido de futebol, estas perdas têm uma relevância especial pois é de tal disparidade a opinião de uns e outros sobre quem ganhou, por quantos e porquê, que não se consegue alcançar, em consciência despreconceituada, a um veredicto a partir das palavras de outrém por mais claro que as escrevam. É uma desolução.
Agora, se isto foi mesmo assim, como se conta e se diz que foi, digo-vos meus amigos que voto alegre (como sempre), contra Cavaco (como sempre) e pelos vistos também contra Soares.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Como é que se ganha objectivamente um debate? É impossível e primário que se queira aferir esse resultado. Mas é uma tentação. É uma tentação descobrir mais motivos para se gostar de um candidato que intimamente se apoia. Ou porque um atacou descaradamente e com todo o vigor o outro que nunca parece ter tido vida, ideias, passado político. Ou porque o homem seco, que cultiva um silêncio vazio que aspira ao consenso, conseguiu ser quase indiferente à sova do velho vivido, arrogante e agarrado ao poder. Não me parece possível haver alguém indiferente a qualquer dos candidatos, que consiga evitar exprimir uma opinião quando fala de um deles. Nenhum jornalista consegue. Sobretudo quando comenta os resultados dos debates ou outras intervenções políticas.
Era tudo mais esclarecedor se em vez de isenção se assumisse a convicção, ou preferência, ou hesitação.
Eu alegremente assumo a minha.

12/21/2005 6:52 da tarde  

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